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sexta-feira, 8 de abril de 2011

Nossa capital: São 292 anos de muita história para quem é de 'tchapa e cruz' ou não


E muito peixe com maxixe, pixé, pacu assado e manga madura no quintal

LUCIANA MENOLI/ Redação DS

Hoje a capital do Mato Grosso, a verdejante Cuiabá, completa 292 anos. Não é das mais antigas no país, mas sua relevante história e sua cultura ímpar fazem dela uma capital com tons diferenciados. Uma culinária rica, casarões  ruas históricas, siriri, cururu, os rios Coxipó e Cuiabá, o calor, a gente sorridente. São essas as marcas e nossa capital.
Ontem, a comemoração foi na Praça Ipiranga. De acordo com a produtora cultural e organizadora do evento na Ipiranga, Margarete Xavier, o dia 07 de abril é marco oficial do rasqueado cuiabano desde o ano 2000. Essa data foi definida por meio de um projeto de lei proposto pelo então deputado estadual Roberto Nunes, como o dia oficial do rasqueado.
Hoje, mesmo com a preguiça de um feriadão, o comércio funciona na capital.
O feriado do aniversário de Cuiabá será uma boa oportunidade para quem precisa ir às compras. O comércio, tanto de rua quanto em shoppings estará funcionando para atender os consumidores. Nos centros comerciais, as lojas abrem seguindo os horários praticados aos domingos e no centro da cidade a abertura é facultativa.
NO BURACO – Ainda em tom de protesto, mas não menos apaixonado pela cidade, um artista gráfico achou um jeito sarcástico para homenagear a 'cidade verde'. Inspirado no quadro desagradável, o artista plástico Marcão, do Studio 82, usou toda a sua sensibilidade e senso de humor para homenagear Cuiabá, num cenário de abandono e buracos, com um charge.
Com 292 anos Cuiabá, é o retrato do abandono por parte do poder público. Ao longo de algumas décadas, muito pouco se fez para que a capital fosse dotada de estrutura capaz de atender aos seus moradores. Problemas de água, problemas de esgoto, problemas de trânsito, falta de limpeza e conservação. “Não há como tapar o sol com a peneira: a coisa tá muito feia”, ressalta o artista.
Já pensou se a moda pega. Tangará próxima a completar 35 anos de emancipação no próximo dia 13 de maio. Que charge sobre a cidade sairia?
HISTÓRIA - Os primeiros indícios de bandeirantes paulistas na região onde hoje fica a cidade se situam entre 1673 e 1682, quando da passagem de Manoel de Campos Bicudo pela região. Ele fundou o primeiro povoado da região, onde o rio Coxipó deságua no Cuiabá, batizado de São Gonçalo.
Em 1718, chegou ao local, já abandonado, a bandeira do sorocabano Pascoal Moreira Cabral. Em busca de indígenas, Moreira Cabral subiu pelo Coxipó, onde travou uma batalha, perdida, com os índios coxiponés. Com o ocorrido, voltaram e, no caminho, encontraram ouro, deixando, então, a captura de índios para se dedicar ao garimpo.
Em 1719, Pascoal Moreira foi eleito, em uma eleição direta em plena selva, comandante da região de Cuiabá.
Em 8 de abril de 1719, Pascoal assinou a ata da fundação de Cuiabá no local conhecido como Forquilha, às margens do Coxipó, de forma a garantir os direitos pela descoberta à Capitania de São Paulo. A notícia da descoberta se espalhou e a imigração para a região tornou-se intensa.
Em outubro de 1722, índios escravos de Miguel Sutil, também bandeirante sorocabano, descobriram às margens do córrego da Prainha grande quantidade de ouro, maior que a encontrada anteriormente na Forquilha. O afluxo de pessoas tornou-se grande e até a população da Forquilha se mudou para perto desse novo achado. Em 1723, já estava erguida a igreja matriz dedicada ao Senhor Bom Jesus de Cuiabá, onde hoje é a basílica.
Já em 1726, chegou o capitão-general governador da Capitania de São Paulo, Rodrigo César de Menezes, como representante do Reino de Portugal. No 1º de janeiro de 1727, Cuiabá foi elevada à categoria de vila, com o nome de Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá.
Cuiabá foi elevada à condição de cidade em 17 de setembro de 1818, tornando-se a capital da então província de Mato Grosso em 28 de agosto de 1835 (antes a capital era Vila Bela da Santíssima Trindade). Mas, mesmo a mudança da capital para o município não foi suficiente para impulsionar o desenvolvimento.
A explosão no crescimento deu-se depois da década de 1950, com a transferência da Capital Federal e o programa de povoamento do interior do país. Nas décadas de 1970 e 1980, o município cresceu muito, mas os serviços e a infraestrutura não se expandiram com a mesma rapidez. O agronegócio expandiu-se pelo estado e o município começou a modernizar-se e a industrializar-se. Depois de 1990, a taxa de crescimento populacional diminuiu e o turismo começou a ser visto como fonte de rendimentos. Agora, com a Copa do Pantanal (2014) se aproximando, o sonho do cuiabano é ver a cidade melhorada e ter uma capital que represente toda a riqueza de seu povo e do estado.

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