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terça-feira, 19 de outubro de 2010

Palestra revela grandes perspectivas para a bovinocultura de corte no Mato Grosso

Esta semana fiquei muito feliz. Tive a oportunidade de presenciar a arroba do boi sendo vendida a R$ 100, em São Paulo. A quebra dessa fronteira é histórica e mostra um horizonte de grandes possibilidades para a bovinocultura brasileira”. Desta forma, o engenheiro agrônomo especializado em mercado do boi e marketing da carne, Miguel Cavalcanti, abriu sua palestra na noite da sexta 15, na Churrascaria La Carreta, tendo mais de 50 pecuaristas como ouvintes. A palestra foi realizada pela Serra Agrícola em parceria com a Pfizer, que apresentou seus novos produtos aos convidados.
Como abertura dos trabalhos, o veterinário Fábio Campone, da Pfizer, apresentou um vídeo mostrando todas as linhas de produtos de saúde animal da Pfizer, onde bovinos, suínos, ovinos, aves e animais de companhia são o foco. Os palestrantes ficaram muito impressionados com a infinidade e diversidade de produtos desta, que é uma das maiores empresas no segmento de saúde animal, e cujos produtos são amplamente difundidos e indicados pela Serra Agropecuária, devido sua eficiência e eficácia, tanto na prevenção quanto no cuidado a doenças.
Em seguida, Cavalcanti iniciou sua palestra como essa boa notícia aos pecuaristas e, obviamente, como o estado é um dos maiores produtores de gado de corte do mundo, o tema foi largamente explorado. Segundo o especialista, o panorama é dos melhores possíveis, pois nesta época de pós-crise, os países emergentes estão levando vantagem e as perspectivas para o mercado futuro de comercialização do gado e da carne são as melhores possíveis. “O mundo está saindo da crise e tem aumentado o consumo de carne. Em contrapartida, a Europa não produz o suficiente para o consumo atual e nem está conseguindo aumentar seus rebanhos no nível de crescimento do consumo. No Brasil, o consumo da carne também cresceu, devido às melhores condições econômicas do país e da população”, analisou Miguel, que também chamou a atenção para três fatores; aumento de população, urbanização e renda per capta, ocasionando o aumento de produtos de origem animal. Ele salientou, também, que o mundo todo está com dificuldade de produzir carne e que o único país com as condições favoráveis é o Brasil, devido ao seu extenso rebanho, a evolução das tecnologias de produção e capacidade de crescimento desta produção.
De acordo com o agrônomo, ainda, no que se refere às questões ambientais, em relação à emissão de carbono, as novas técnicas utilizadas para garantir maior produtividade e qualidade ao rebanho e, consequentemente, à carne, aumentam também a sustentabilidade. O confinamento, por exemplo, vai reutilizar subprodutos como bagaço de cana, entre outros, e pode aumentar a produtividade diminuindo o tempo de permanência dos bovinos no pasto, sem que seja necessário ocupar mais áreas com pastagem. Seria uma aposta para o final da produção da carne .Além disso, há uma tendência mundial na carne com marca, como é a Angus, hoje no Brasil, por exemplo, com uma nova visão de mercado e de público-consumidor.
Ele também fez uma perspectiva quanto aos valores da arroba em Mato Grosso e São Paulo, onde na safra e entressafra deve haver uma oscilação aproximada de R$ 8 a R$ 10. Na sexta, a arroba do boi à vista era comercializada em Tangará da Serra a R$ 88. “ Esse patamar não deve mudar muito. Hoje fechou em São Paulo, a R$ 100. Aqui os preços estão ótimos para a entressafra e não devem ter queda significativa na safra. As perspectivas para janeiro de 2011, entressafra, são de R$ 97 arroba. Para maio, auge da safra, R$ 91. Essa oscilação não vai passar disso. Sempre próxima aos cem reais”, finalizou o palestrante, que presta consultoria através do site www.beefpoint.com.br. Neste site, o produtor pode encontrar as tendências de mercado, bem como valores da arroba em todo o país, matérias sobre exportação.
No final da noite, um jantar foi oferecido aos convidados, que saíram empolgados com as novas perspectivas aos negócios de pecuários no estado, no país e no mundo.

LUCIANA MENOLI

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