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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Sem decisão: Avicultores e Anhambi não conseguiram entrar em acordo no sábado

Foram três horas e meia de reunião, mas a Anhambi não ‘arredou o pé’ e fez uma proposta aquém da pretendida pela Associação de Avicultores de Tangará da Serra (Avitan), que pretendia que o frango chegasse ao patamar dos R$ 0,50 a cabeça e que o sistema de convenção fosse abolido, passando para o sistema de pagamento por cabeça. A Anhambi, de acordo com João Zanata, presidente da Avitan fez uma proposta de reajuste no preço que varia de 11 a 13%, no máximo, o que giraria em torno dos R$ 0,42. A Avitan buscava pelo menos 15% de reajuste.
No dia 14 deste mês, os avicultores promoveram uma passeata como ato de protesto aos baixos preços executados pelo frigorífico. No sábado, mais de 50 avicultores acompanhados de suas famílias, aguardavam os resultados da reunião no estacionamento externo do frigorífico. Atualmente, a Avitan conta com 73 associados, que brigam desde o ano passado pelo reajuste. De acordo com Carlos Antonio Geier, do Sítio Santo Antonio, no Km 13 da BR-358, na saída para Campo Novo, o que a Anhambi paga hoje não cobre os investimentos feitos. “Pagamos água, energia elétrica, funcionários e ainda temos que cobrir o empréstimo que fizemos para modernizar os barracões, que nos leva R$ 5 mil todos os meses e só acaba em 2018. Foram R$ 300 mil investidos nessa modernização e não estamos conseguindo retorno com os preços praticados pela Anhambi”, destacou Geier que tem dois barracões em sua propriedade, produzindo  cerca de 42.600 frangos por tirada. De acordo com ele, dificilmente, com o sistema de convenção alimentar adotado pelo frigorífico, são pagos R$ 0,35 por ave. “Sempre fica na faixa de R$ 0,28/R$ 0,29, com esse padrão de 1,670 que a Anhambi colocou”, ressalta. Ele salientou ainda que avicultores de cidades como Sorriso e Nova Mutum, que atendem a outros frigoríficos recebem de R$ 0,69 a até R$ 1,00 por cabeça de ave produzida. “Gostaríamos que esse sistema de convenção fosse abolido em Tangará e fosse adotado o sistema de pagamento por cabeça”, disse, explicando que para chegar aos R$ 0,35 por ave, esta deve alcançar o peso médio de 2,3 Kg, pelo menos. Os avicultores também criticavam a qualidade da ração repassada pelo frigorífico.
Os proprietários da Estância Verciano, em Progresso, que têm seis aviários em sua propriedade, disseram que as dificuldades de produção são muitas e que o preço não é justo. Eles chamaram a atenção da infraestrutura montada pelos avicultores de Tangará, bem superior à montada em Sorriso e Mutum, contudo, os produtores desses municípios recebem o dobro dos tangaraenses.
A reunião começou às 9h30 e terminou às 13h, contando com a presença de representantes do frigorífico, da Avitan, do vereador  José Pereira Filho, e do secretário de Agricultura do município, Weliton Duarte. A reportagem do DS tentou entrar em contato com o diretor do frigorífico, Carlos Scholz, durante o final de semana, porém, seu celular tocou por várias vezes sem ser atendido.
Conforme Zanata, contudo, a Anhambi não abre mão de sua proposta e sua diretoria disse que não poderia arriscar a saúde financeira da empresa, o que ocorreria caso atendesse ao patamar de reajuste requerido pelos avicultores tangaraenses. “Chegaram a dizer que se alguém quisesse parar por causa disso, poderia parar”, relatou o presidente da Avitan, por telefone, ao DS.

Luciana Menoli

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