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quarta-feira, 23 de março de 2011

DIA MUNDIAL DA ÁGUA

Conscientização e plantio de árvores nativas marcam Dia Mundial das Águas

Atividades em Tangará da Serra envolveram entidades e órgãos ligados ao poder público. Córrego Mutum recebeu mudas de espécies nativas

Sergio Roberto – Redação DS

O Dia Mundial das Águas, comemorado ontem (22.03), motivou boa mobilização de entidades ambientais, órgãos ligados ao poder público e comunidade estudantil de Tangará da Serra.
As atividades foram coordenadas pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Sepotuba (CBH Sepotuba) e tiveram a participação das secretarias Estadual e Municipal de Meio Ambiente (Sema e Semmea), Polícia Ambiental, Unemat e Secitec. Logo cedo, as atividades se concentraram na Praça da Bíblia, onde houve trabalhos de conscientização sobre a importância da água e preocupação com a degradação dos recursos hídricos.
A mobilização foi estendida para o Jardim Califórnia, onde houve plantio de mudas de espécies nativas na área de preservação permanente do Córrego Mutum, além de retirada de lixo daquele curso d’água.
Segundo o presidente do CBH Sepotuba, Décio Eloi Siebert, a preservação dos mananciais e cursos d’água, bem como suas matas ciliares, é de extrema importância dada à atual situação de degradação em grande parte das malhas hidrográficas espalhadas pelos cinco continentes do planeta.
Quanto à região, Siebert cita o principal rio, o Sepotuba, que sofre com degradações em suas cabeceiras e também ao longo das suas margens. “São danos sérios, com nível preocupante de degradação. É preciso evitar situações como estas e buscar alternativas de recuperação”, disse.
O presidente do CBH menciona também as agressões sofridas pelos afluentes do Sepotuba, como é o caso da microbacia do Queima Pé, rio que abastece Tangará da Serra e que já mostra apreensível grau de assoreamento.
Décio Siebert também destaca os processos erosivos causados pela atividade agropecuária e os impactos causados pelas usinas hidrelétricas já construídas e em construção, além da previsão de impactos com as usinas que estão em fase de projetos. “Temos quatro usinas construídas na bacia do Sepotuba e há outras 22 que estão em construção, e também em fase de projeto, inventário e licenciamento”, considerou.      

Rio Sepotuba possui grande importância na rede hidrográfica estadual

Sergio Roberto – Redação DS
O complexo hidrográfico do Sepotuba também integra a Rede Hidrológica Básica do Estado de Mato Grosso. É formado também pelos rios Juba, Formoso, Sapo, Salto, Maracanã, Taquarinha, Tarumã e outros afluentes menores, somando pelo menos 15 microbacias em seu entorno.
A bacia possui bom índice de preservação, mas já inspira cuidados. Há inúmeras áreas com alto grau de degradação e gravíssimos casos de erosão. Segundo Décio Siebert, os grandes eventos agressivos estão relacionados às atividades econômicas – em especial a agropecuária – desenvolvidas no entorno da bacia. Os resultados destas atividades são danos irreversíveis ao solo – em sua maioria arenoso –, às matas ciliares e à vegetação em geral. “Nas cabeceiras da bacia há dezenas de pontos de erosão, sendo 30 deles somente no Juba. Metade já atingiu o lençol freático, provocando voçorocas”, explicou o presidente do CBH Sepotuba. 
Os efeitos da degradação do solo são facilmente perceptíveis, com grandes feridas ambientais provocadas pelas erosões. Nos córregos, os bancos de areia podem ser visualizados de longe, o que significa o comprometimento das microbacias que formam os afluentes do rio Sepotuba, importante artéria aquífera da bacia do Pantanal. Todo este cenário desolador é o retrato de atividades agrárias desenvolvidas sem o menor critério de conservação ambiental, gerando um passivo ambiental inestimável.
Nas estradas vicinais também se pode constatar processos erosivos. Sem práticas de contenção, as águas escoam de lavouras e campos na forma de enxurradas em direção a os cursos d’água, aumentando o potencial de assoreamento de córregos e rios.
A origem dos problemas ambientais está no início da ocupação da região, nos anos de 1950. Naquela época não havia qualquer técnica de uso/manejo do solo e estas práticas equivocadas atravessaram anos, sendo até mesmo transmitidas de geração para geração. Hoje a consciência em torno da sustentabilidade e da preservação é maior, mas ainda insuficiente para frear a ocorrência de danos ambientais, o que poderá decretar o desaparecimento de inúmeros recursos hídricos em poucos anos.

Manifesto das Águas reúne centenas de pessoas em passeata pelas ruas de Nova Olímpia

Nélson Alves / Assessoria

O 9º Manifesto das Águas, realizado em Nova Olímpia, em comemoração ao Dia Mundial da Água, 22 março reuniu, como tradicionalmente, centenas de pessoas em uma grande passeata pelas principais avenidas da cidade. O evento foi organizado pela Organização Não Governamental-ONG “Esquadrão de Proteção a Natureza”, Departamento de Meio Ambiente e Defesa Civil.
Como de costume, a concentração envolvendo diretores, professores e alunos, autoridades municipais e representantes de entidades e igrejas do município, aconteceu no Centro de Eventos e de lá, seguiu até ao salão paroquial da Igreja Católica Matriz, onde aconteceram os discursos e aproveitando a oportunidade, a ONG entregou certificados de agradecimento aos colaboradores do evento.
Na opinião de Valdeci dos Anjos Gonçalves, o popular Braddock, com o ‘Manifesto das Águas’, a cada ano, vai se criando uma consciência maior sobre a necessidade da preservação e conservação dos mananciais aquíferos. Ele lembrou que existem no município rios e córregos sofrendo com a falta de preservação e a intenção da ONG é levar soluções aos problemas de forma a interagir o cidadão com o meio que vive. “Acreditamos que somente assim teremos um ambiente de qualidade no futuro”, disse Valdeci.
Representando a Igreja Católica, o padre José Maria Basílio conclamou a todos a orarem por aqueles que não tem água. “É um momento de reflexão que devemos fazer, pois enquanto temos água em casa, outros precisam buscar em latas a longa distância, alguns bebem água suja, bem como tem aqueles que pagam muito caro pela água”, lembrou o pároco. A secretária de Educação, Cida Cassate aproveitou para agradecer a participação dos professores e alunos, e principalmente a coragem e determinação do organizador do evento, Braddock que há 09 anos desenvolve com brilhantismo o Manifesto.
O prefeito Dr. Francisco de Medeiros externou seu contentamento pela união de tantas pessoas na defesa de uma causa tão importante, bem como demonstrou sua preocupação com a crescente diminuição das reservas de água. “Daqui a 30 anos, poderemos ter problema de água no município. Além de preocuparmos, devemos tomar atitudes para que isso não venha acontecer. Vamos economizar e preservar esse importante líquido”, conclamou o prefeito Dr. Francisco.
PARTICIPAÇÃO - Foi registrada no evento, a presença de diretores, alunos, professores das escolas Wilson de Almeida, João Monteiro Sobrinho, Francisca Alencar, 13 de Maio, Sagrado Coração de Jesus, Cida Mozar, Renê Barbour, Escola Especial Dante de Oliveira, Escola de Educação Infantil, Colégio Ceno, Acino, Rotary Clube, Igreja Católica, Usinas Itamarati, Peti e Sintep.

Rios em Mato Grosso já apresentam índices críticos de qualidade

Redação 24 Horas News

Na comemoração do Dia Mundial da Água, um alerta: alguns rios de Mato Grosso já começam a apresentar “índices de criticidade”  em relação à qualidade da água. Exemplo, são os rios São Lourenço e Vermelho, ambos na bacia hidrográfica do Paraguai. É o que revela o gerente de Laboratório da Superintendência de Monitoramento de Indicadores Ambientais, Sérgio Batista Figueiredo. Os dois rios atendem a região Sul de Mato Grosso e são considerados de vital importância humana.
O Rio Vermelho banha a cidade de Rondonópolis, a terceira mais importante do estado. Ele nasce em Poxoréu e se constitui num dos principais formadores do Rio São Lourenço, que, por sua vez, nasce no município de Campo Verde, passando pela cidade de Dom Aquino e deságua no Pantanal. O São Lourenço é considerado  bom para atividade pesqueira.
A Secretaria de Meio Ambiente deverá disponibilizar dados da qualidade da água dos principais rios localizados nas três regiões hidrográficas existentes no estado. Os dados relativos ao período de 2007 a 2009 trazem informações dos rios Cuiabá, Paraguai, Rio das Mortes, Rio das Garças, Rio Araguaia, Teles Pires, Juruena, Arinos e dos Peixes, além do Rio Vermelho e São Lourenço.
“Esses rios possuem uma importante representatividade em relação ao uso e ocupação do solo, utilização da água pela população para abastecimento, irrigação e ecoturismo”, explicou Sérgio Batista.
Para Sergio Batista de Figueiredo, essas informações, que estarão disponíveis no site da Sema, a partir desta terça-feira, “são importantes para não só para subsidiar a gestão ambiental, mas também para embasamento de estudos, projetos de recuperação ambiental e de recursos hídricos, entre outros”.
Mato Grosso, conhecido como “Estado das Águas”, existem três grandes regiões hidrográficas: as bacias do Paraguai, Amazônica e Tocantins-Araguaia. O conhecimento da qualidade da água superficial e subterrânea é fundamental para que os técnicos possam acompanhar as tendências de degradação da sua qualidade nas bacias hidrográficas e, a partir desse acompanhamento, possam ser definidas e implementadas políticas públicas que assegurem a sua disponibilidade a todos os usuários.
O Dia Mundial da Água foi criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) no dia 22 de março de 1992. Em todo o mundo, esse dia é destinado a discussão sobre os diversos temas relacionadas a este importante bem natural.

Mais da metade dos municípios pode ficar sem água em 2015

O levantamento também aponta necessidade de investimentos significativos em coleta e tratamento de esgotos

Agência Brasil

Dono do maior potencial hídrico do planeta, o Brasil corre o risco de chegar a 2015 com problemas de abastecimento de água em mais da metade dos municípios. O diagnóstico está no Atlas Brasil – Abastecimento Urbano de Água, lançado ontem (22) pela Agência Nacional de Águas (ANA). O levantamento mapeou as tendências de demanda e oferta de água nos 5.565 municípios brasileiros e estimou em R$ 22 bilhões o total de investimentos necessários para evitar a escassez.
Considerando a disponibilidade hídrica e as condições de infraestrutura dos sistemas de produção e distribuição, os dados revelam que em 2015, 55% dos municípios brasileiros poderão ter déficit no abastecimento de água, entre eles grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, Porto Alegre e o Distrito Federal. O percentual representa 71% da população urbana do país, 125 milhões de pessoas, já considerado o aumento demográfico.
“A maior parte dos problemas de abastecimento urbano do país está relacionada com a capacidade dos sistemas de produção, impondo alternativas técnicas para a ampliação das unidades de captação, adução e tratamento”, aponta o relatório.
O diretor-presidente da ANA, Vicente Andreu, disse que o atlas foi elaborado para orientar o planejamento da gestão de águas no país. Segundo ele, como atualmente mais de 90% dos domicílios brasileiros têm acesso à rede de abastecimento de água, a escassez parece uma ameaça distante, como se não fosse possível haver problemas no futuro. “Existe uma cultura da abundância de água que não é verdadeira, porque a distribuição é absolutamente desigual. O atlas mostra que é preciso se antecipar a uma situação para evitar que o quadro apresentado [de déficit] venha a ser consolidado”, avalia.
De acordo com o levantamento, as regiões Norte e Nordeste são as que têm, relativamente, os maiores problemas nos sistemas produtores de água. Apesar de a Amazônia concentrar 81% do potencial hídrico do país, na Região Norte menos de 14% da população urbana é atendida por sistemas de abastecimento satisfatórios. No Nordeste, esse percentual é de 18% e a região também concentra os maiores problemas com disponibilidade de mananciais, por conta da escassez de chuvas.
O documento da ANA calcula em R$ 22,2 bilhões o investimento necessário para evitar que o desabastecimento atinja mais da metade das cidades brasileiras. O dinheiro deverá financiar um conjunto de obras para o aproveitamento de novos mananciais e para adequações no sistema de produção de água.
A maior parcelas dos investimentos deverá ser direcionada para capitais, grandes regiões metropolitanas e para o semiárido nordestino. “Em função do maior número de aglomerados urbanos e da existência da região do semiárido, que demandam grandes esforços para a garantia hídrica do abastecimento de água, o Rio de Janeiro, São Paulo, a Bahia e Pernambuco reúnem 51% dos investimentos, concentrados em 730 cidades”, detalha o atlas.
“Esperamos que os órgãos executores assumam o atlas como referência para os projetos. Ele  é um instrumento de planejamento qualificado, dá a dimensão de onde o problema é grande e precisa de grandes investimentos e onde é pequeno, mas igualmente relevante”, pondera Andreu.
Além do dinheiro para produção de água, o levantamento também aponta necessidade de investimentos significativos em coleta e tratamento de esgotos. O volume de recursos não seria suficiente para universalizar os serviços de saneamento no país, mas poderia reduzir a poluição de águas que são utilizadas como fonte de captação para abastecimento urbano.
Andreu espera que o diagnóstico subsidie a elaboração de projetos integrados, compartilhados entre os órgão executores. “Ao longo do tempo, o planejamento acabou se dando apenas no âmbito do município, que busca uma solução isolada, como se as cidades fossem ilhas. É preciso buscar uma forma de integração, de planejamento mais amplo, preferencialmente por bacia hidrográfica”, sugere o diretor-presidente da agência reguladora. “Ainda não estamos no padrão de culturas que já assumiram mais cuidado com a água. Mas estamos no caminho, e o atlas pode ser um instrumento dessa mudança”.

Engenheiro cria técnica para enfrentar estiagem e prevenir grandes tempestades

Agência Brasil

Uma pequena empresa de Bragança Paulista, no interior de São Paulo, que criou uma tecnologia limpa para provocar chuvas, quer o apoio do governo federal para consolidar um modelo nacional de enfrentamento de estiagem e de prevenção de grandes tempestades. O proprietário da empresa, chamada ModClima Pesquisa e Desenvolvimento Ltda, pediu audiência com o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, para apresentar a tecnologia.
Mercadante é um dos ministros que estão à frente do Sistema Nacional de Alerta e Prevenção de Desastres Naturais, anunciado pelo governo em janeiro, à época das enchentes e dos desabamentos na região serrana do Rio de Janeiro, por causa das fortes chuvas. Além da época de estiagem, a tecnologia pode ser usada antes de tempestades para diminuir a intensidade das chuvas. A data do encontro com o ministro não foi definida ainda.
O dono da empresa, o engenheiro Takeshi Imai, de 68 anos, chamou a técnica que ele inventou de modificação consciente do clima e ambiente, daí o nome ModClima. A tecnologia envolve a “semeadura” de nuvens com água potável borrifada por avião. Essa água, que não tem aditivo químico, se encontra com as gotículas já existentes nas nuvens e provoca a chuva, processo descrito como “colisão-coalescência”, que ocorre naturalmente quando há chuva.
Atualmente, a ModClima usa um avião bimotor equipado com tanque de 300 litros e bicos móveis nas asas e na cauda que esguicham água. As nuvens são escolhidas por meio de radares apontados para a região onde se quer criar a precipitação. Se não houver nuvem, não há como provocar chuva. O recorde de chuva provocada registrado por pluviômetro é 60 milímetros.
Em dez anos de funcionamento, a empresa acumula em seu portfólio mais de 600 chuvas em diversos lugares no oeste da Bahia, em Santa Catarina e em São Paulo. A ModClima é contratada pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) para fazer chover nos reservatórios dos sistemas de abastecimento Cantareira e Alto Tietê.
Com o governo federal, a empresa tenta viabilizar a criação de “unidades produtoras de chuva” em áreas extensas com déficit hídrico. “Isso pode evitar incêndios florestais e favorecer a revitalização de nascentes e mananciais”, explica Marjorie Imai, filha do engenheiro Takeshi Imai e diretora da ModClima.
As unidades produtoras de chuva também podem consorciar áreas de proteção ambiental, fazendas e reservatórios e, assim, viabilizar o custo da operação. A hora do voo é na faixa de R$ 12,5 mil. O preço varia conforme o número de voos, a necessidade de manutenção da aeronave, a logística das equipes em terra e a duração do trabalho.
De acordo com notícia publicada no site do Ministério da Ciência e Tecnologia, a ModClima apresentou a técnica durante a recente Convenção das Nações Unidas para Combate à Desertificação, que ocorreu em fevereiro na Alemanha. A tecnologia, que está patenteada, foi premiada no 7º Simpósio Internacional da Água, em 2005, na França.

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