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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Produtores tangaraenses são chamados à mobilização por novo código Florestal brasileiro

LUCIANA MENOLI/Redação DS
Na manhã do sábado, 12, o tatersal do Parque de Exposição de Tangará da Serra recebeu a visita dos deputados federal, Homero Pereira, e estadual, Wagner Ramos. O objetivo da visita era dar conhecimento aos produtores rurais locais e à comunidade das modificações do novo Código Florestal brasileiro, bem como chamar os produtores tangaraenses à mobilização em Brasília e, ainda, agradecer a votação expressiva que o congressista recebeu no município, quase 8 mil votos nas eleições 2010.Convidados pelo Sindicato Rural de Tangará da Serra, hoje com cerca de 130 filiados, cerca de uma centena de produtores, além de vereadores e representantes de associações do município participaram da reunião. “Esta é uma questão que interfere em toda a sociedade, principalmente, por Mato Grosso ter seus municípios com economia embasada no agronegócio”, salientou logo no começo de sua palestra o deputado federal.De acordo com o diretor do Sindicato Rural, Ricardo Daher, hoje o produtor não sabe o que ele pode e o que não pode fazer. “O país tem que definir o seu Código Florestal para que possamos definir o nosso, para que consigamos ver como faremos em nossa casa”, disse.O deputado Wagner Ramos salientou que, logo após o carnaval, a discussão entre novamente em pauta em Brasília. “Temos que fazer uma mobilização e fortalecer a proposta da bancada ruralista, como proposta justa para Mato Grosso. AS questões de zoneamento econômico serão estudadas também, e isso interfere diretamente já que estamos em área de Amazônia Legal. Atualmente, o grande entrave é a questão ambiental, quando se fala em novos empreendimentos em Mato Grosso. Os processos passam na Secretaria de Agricultura, mas são barrados pelo IBAMA”, explicou, dizendo que a comitiva visitará os municípios de Sapezal, Brasnorte, Campo Novo do Parecis, Barra do Bugres e Nova Olímpia, entre outros, para mobilizar os produtores.Pereira reforçou a fala de Ramos, dizendo que os investidores não veem mais em MT a questão da malha viária e da energia elétrica, problemas que já foram superados, mas consideram problemática a questão ambiental. “Temos obras da Copa do Mundo, obras de mobilidade urbana, todas paradas por conta da questão ambiental. Temos que mudar este cenário. Temos que produzir conscientemente, de forma sustentável, mas não podemos ser tolhidos do direito à produção. O produtor hoje se sente culpado por produzir, ele é criminalizado”, sentenciou.Homero criticou duramente os ambientalistas, dizendo que grupos políticos e Ongs foram financiadas por países concorrentes a fim de entravar a produção brasileira, que está se sobressaindo em todo mundo tanto pela quantidade quanto pela qualidade dos produtos. E, ainda, que “há uma paranoia ambiental e é uma vergonha criminalizar quem está produzindo alimentos com o grande déficit de alimentos que o mundo sofre. Desde que o mundo é mundo, passa mos por mudanças climáticas, agora tentam imputar essa culpa a quem está produzindo”.O congressista completou seu raciocínio, dizendo que as cidades de MT são o reflexo de sua produção no campo. “Não é lobby dos ruralistas, é uma questão de manter a economia do estado consolidada, protegendo toda uma cadeia que depende do agronegócio, pois em nosso estado, a maioria das cidades vive em função do agronegócio, desde o comércio até a prestação de serviços”.Finalizando, Pereira disse que a proposta ruralista se baseia em dois pilares principais: não sinalizar com novos desmatamentos nos próximos cinco anos e manter as áreas de interesse econômico consolidadas. “Não queremos que nenhum hectare de terra que hoje está como produtora, seja retornada à área de floresta nativa, sendo mantidas essas áreas desde antes da data de 20 de julho de 2008. Depois disso, discutiremos as APPs, biomas, bacias e microbacias”. Na data citada pelo deputado, o governo Lula sancionou uma lei com essa proposta, gerando certa polêmica entre os ambientalistas. Conforme Pereira, se o novo Código for aprovado como a bancada ambientalista deseja, o Brasil perderá 50% de sua área de produção.O DS procurou o secretário municipal de Meio Ambiente, Luiz Alberto Pereira, que tem um longo histórico no município em prol das causas ambientais e não estava presente ao evento, para dispor sobre a opinião dos ambientalistas. “Não participei, porque não fui convidado. Mesmo assim, jamais os ruralistas abririam a palavra para um debate justo”, explicou o secretário, que faz parte do PV tangaraense. Na edição de amanhã, o DS traz o ponto de vista dos ambientalistas no que diz respeito ao Código Florestal brasileiro, que deve ser discutido em março.DISCUSSÕES – No Bom Dia Brasil, jornal matutino da Rede Globo de 09 de junho do ano passado, a polêmica em torno do novo código florestal era tema de destaque e, naquela ocasião, a situação apontava para uma não aprovação.O ponto mais polêmico era e continua sendo o que trata das áreas de preservação ambiental às margens dos rios. O novo Código Florestal dividiu e divide opiniões.Os ambientalistas não gostaram das mudanças propostas, dizendo que as mudanças podem provocar mais desmatamento.Já para a bancada ruralista, não. O projeto, segundo eles, garante o equilíbrio entre o desenvolvimento e a preservação do meio ambiente. Nesse clima, e em ano eleitoral, a estratégia dos dois lados ficou clara. Ambientalistas queriam empurrar, adiar a votação do projeto. Os ruralistas queriam agilizá-la. Ponto para os ambientalistas, pois a votação foi adiada e deve ser tema de votação na abertura dos trabalhos da Câmara, no próximo mês.Pelo texto, fica mantida a exigência da reserva legal nos limites atuais: 20% na Mata Atlântica, 35% no cerrado e 80% na Amazônia. As pequenas propriedades ficam isentas dessa obrigação.As autorizações de novas áreas de desmatamento ficam suspensas por cinco anos. As multas e sanções nas áreas devastadas até julho de 2008 também serão suspensas, por cinco anos.Cada estado terá autonomia para decidir sobre o uso da terra e quanto deve ser preservado do meio ambiente. Para os ambientalistas, o projeto é um retrocesso. Para os ruralistas, o código dá equilibro à produção e a preservação ambiental.

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