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quinta-feira, 17 de março de 2011

Perícia: Sintep/Tangará repudia ação do governo estadual em proibir perícias médicas no interior

A proibição ocorreu por conta do escândalo dos atestados falsos, que repercutiu nacionalmente

LUCIANA MENOLI / Redação DS

No final do mês de janeiro, um escândalo mato-grossense repercutiu nacionalmente na mídia. O médico psiquiatra Ubiratan de Magalhães Barbalho, um dos responsáveis por perícias em servidores públicos estaduais, foi acusado e filmado por câmeras escondidas vendendo atestados médicos falsos para policiais militares e servidores de outros órgãos do governo, como a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), além de aviar receitas de medicamentos controlados para pacientes que não tinham tal necessidade.
Depois deste escândalo, o governador do estado, Silval Barbosa, proibiu que perícias médicas fossem feitas nas regionais do sistema, direcionando esses serviços exclusivamente para a capital; local onde ocorreu todo o problema.
O resultado é que os servidores públicos estaduais de todo Mato Grosso têm, agora, de fazer seus exames em Cuiabá, o que tem indignado as entidades de classe.
Na tarde de ontem, o presidente do Sintep/Subsede Tangará da Serra, professor José Rosa de Paula, procurou a reportagem do DS indignado com a situação dos profissionais da educação que atuam na regional que abrange a subsede, totalizando 11 municípios. “O Sintep repudia totalmente esta ação do governo estadual. Se o problema foi em Cuiabá, porque penalizar os servidores que trabalharam corretamente por 20, 30 anos? Quem deve que ser penalizado é o médico que falsificou os atestados e os servidores que o procuraram para tal serviço, não aqueles que necessitam realmente de se aposentar ou do auxílio-doença. Venho aqui externar o nosso repúdio a esta deliberação do governo”, salientou o sindicalista, dizendo que procurou o deputado estadual Wagner Ramos, que é vice-líder do governo na Assembleia, para que intercedesse a fim de modificar essa situação.
De acordo com Zé Rosa, as despesas com as viagens a Cuiabá são grandes e, muitas vezes, o servidor tem que se endividar para fazer a perícia. “Muitos ainda, não têm condições de se locomover, necessitando de veículos especiais. E, para você conseguir marcar a perícia e um lugar nesses veículos, é uma tarefa quase impossível”,  explicou.
A reportagem procurou a Seduc e a Secretaria de Administração do estado (SAD), mas não houve retorno sobre o assunto. Conseguimos, então, falar com o deputado Wagner Ramos, que disse que já esteve com a secretária de Educação, Rosa Neide. “Ela disse que vai se movimentar para que as perícias voltem para as regionais novamente, porém, não deu previsão para que isso aconteça”, observou, dizendo que entraria em contato com ela novamente para ver se havia alguma novidade e que daria uma resposta à classe ainda esta semana.
Neste ínterim, o MPE também solicitou à SAD e, em específico, à Seduc que façam uma averiguação de todos os atestados de saúde vigentes emitidos pelo médico investigado, os quais deverão passar por uma nova perícia.

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