Em reunião na sexta-feira, 29, com os professores do programa Projovem Trabalhador de Tangará da Serra, a Fundação de Apoio à Educação e ao Desenvolvimento Tecnológico (Fundetec) se comprometeu a regularizar o salário dos profissionais até a próxima sexta, 5 de novembro. Durante a reunião, foram discutidos diversos assuntos colocados em pauta pelo professores, que tiveram total respaldo da secretária de Indústria, Comércio e Serviços, Maísa Coutinho. A presença mais esperada era a do presidente da Fundetec, Ivo da Silva, que compareceu e conseguiu contornar a situação.
De acordo com o corpo discente, que leciona para o programa no Itec e na ETE, além do atraso nos vencimentos, haviam alguns entraves na comunicação entre Tangará e Cuiabá, que passavam pela coordenação adjunta. “Quando enviamos e-mail, não somos devidamente respondidos. Não conseguimos falar com o professor Ivo e a coordenadora adjunta, Daniele França, não repassa as informações para ele e nos trata mal. Esse também foi um dos fatores pelos quais paralisamos nossas atividades. Não conseguíamos falar com o presidente da Fundação e os problemas se acumulavam. A presença dele aqui, nos ouvindo já é um começo para melhorar nossas relações com Cuiabá”, destacou um dos professores.
A secretária Maísa reforçou o coro dos discentes. “No meu gabinete, durante uma ligação, coloquei o telefone no viva-voz e ouvi a forma como a coordenadora de Cuiabá tratava os professores. O problema deve ser resolvido pela Fundação imediatamente. Tanto em relação à coordenadora, quanto aos salários e pagamentos dos fornecedores”. A Sics supervisiona o programa em Tangará e faz os repasses do Ministério do Trabalho para a Fundetec.
O presidente da instituição escutou atentamente às queixas dos professores. Sobre a falta de entendimento com a coordenadoria adjunta, se comprometeu em nomear outra pessoa para cuidar da área de Tangará, se desculpando pela falhas de comunicação e por não ter atendido antes a prerrogativa de vir às reuniões anteriores, como há tempos os professores solicitavam. “O atraso foi uma grande falha, mas foi devido o Ministério do Trabalho não nos ter envido a terceira parcela do projeto, que está prevista para ser liberada nesta quarta-feira”, justificou Ivo da Silva.
No que diz respeito aos salários atrasados (os professores trabalharam por três meses e só receberam um vencimento), a Fundetec e os professores assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). No Termo, a Fundação se compromete a pagar os salários atrasados (setembro e outubro) até o dia 5 de novembro, ou seja, na próxima sexta-feira, em chegues nominais. Ainda, no TAC, a Fundetec instituiu o dia 7 de dezembro como prazo final para pagamento das aulas do mês de novembro, finalizando o calendário do programa em 2010. “Para o último pagamento, vamos alocar recursos de outro projeto. Nosso custo final para dezembro é de R$ 182 mil, ou seja, ficaremos com um déficit de R$ 52 mil, já que recebemos R$ 130 mil do programa”, explicou o presidente da Fundetec que, questionado sobre as verbas rescisórias a que os profissionais têm direito, segundo as leis trabalhistas brasileiras, ele disse que vai consultar a assessoria jurídica da instituição para repassar a resposta. Fornecedores da Fundetec em Tangará, como o que fornecia lanche aos alunos anteriormente, também começarão a receber os atrasados neste final de semana.
Decidida a contenda, os professores decidiram por retornar às atividades hoje, 3 de novembro. “Estamos chamando todos os alunos para que retornem às salas de aula, pois o programa continuará até seu final”, salientaram. O Projovem Trabalhador, que tinha a previsão de terminar o período 2010 em 24 de novembro, com a reposição de aulas sobre os dias paralisados, deve terminar no dia 2 de dezembro.
O professor Ivo da Silva, ainda, questionou algumas informações publicadas na matéria do DS do dia 28 de outubro e disse que mandaria a resposta para uma possível retratação, porém, até o fechamento desta edição, nada havia chegado ao jornal ou aos e-mails correspondentes.
LUCIANA MENOLI
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