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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Remédios de alto custo e de uso contínuo estão em falta na farmácia do SUS em Tangará da Serra

A saúde pública está um caos no país inteiro e isso é de conhecimento de todo brasileiro. Em Tangará da Serra, há algum tem já, vem faltando remédios de uso contínuo e também de alto custo, que são enviados pelo estado por intermédio da Central de Regulação. Ontem, a reportagem do DS foi chamada ao gabinete do vereador Celso Ferreira (DEM), onde aguardava Carlos Almir Bacelar, uma senhor de quase 60 anos, que foi pedir providências quanto ao caso de sua esposa que é diabética, hipertensa e, inda, sofre do Mal de Parkinson.
Segundo seu Carlos, há mais de um mês sua esposa, de 59 anos, não toma o medicamento 'Losartan', para diabetes, que custa R$ 39 em sua forma genérica, pois a mesma não tem condições de adquiri-lo, já que recebe auxílio-doença de R$ 510. “A diabetes já está prejudicando sua visão. Ela está quase cega. Esses dias, medimos a glicemia e estava em 600. O médico perguntou, como ela estava resistindo ainda”, conta o marido, incluindo a fita de medição da glicemia na relação de suprimentos faltantes. A glicemia é medida periodicamente na Unidade Mista de Saúde.
Carlos disse que procurou a Secretaria de Saúde e que não sabem que dia que o medicamento chegaria, pois os laboratórios estão atrasando a sua entrega. Indignado com a situação, ele procurou a Câmara de Vereadores para tomar providências sobre o caso.
Já no gabinete de Ferreira, o edil se disse também indignado com o fato do cidadão necessitar de recorrer ao legislativo e, muitas vezes, ao Judiciário para conseguir remédios controlados ou exames e cirurgias. “Vejo que é inadmissível não ter, na rede pública de saúde, remédios para doenças como a diabetes e a hipertensão. E não é só isso. Tenho casos aqui, de munícipes que estão há três naos esperando por uma tomografia, há dois por uma ultrassonografia”, denunciou o vereador, que acha também um absurdo um cidadão não ter acesso ao secretariado municipal e ao prefeito, quando necessita, e procura então os vereadores para intercederem por eles nesses casos.
De acordo com o secretário Municipal de Saúde, Júnior Schleicher, não é só em Tangará da Serra que estão faltando medicamentos. “No estado inteiro há o atraso de entrega por parte dos laboratórios. Estamos esperando, agora, o estado nos repassar algumas remessas. Uma chegou ontem e outra está prevista para chegar sábado. Cidades como Rondonópolis e Várzea Grande, por exemplo, estão enfrentando o mesmo problema”, explicou.
NA JUSTIÇA – Muitos pacientes que não estão conseguindo medicamentos de uso contínuo e de alto custo, exames e cirurgias de urgência pelo SUS, têm recorrido à justiça e, geralmente, logrado êxito por meio de liminares concedidas. Seja na Promotoria Pública (para os que têm até 18 e mais de 60 anos) ou na Defensoria (demais faixas etárias), laudos e receitas sempre ganham força e são cumpridos imediatamente. O próprio Carlos conta que, o medicamento utilizado para o Mal de Parkinson foi conseguido via judicial, já que custa mais de R$ 300 e não conseguiram pelo SUS, normalmente, como deveria ser.
O caso é que essas liminares obrigam o município a comprar medicamentos, fazer exames e cirurgias em regime de urgência, sem necessitar de lançar mão de processos licitatórios. Os gastos a mais são justificados no momento da prestação de contas, através dessas liminares, e a Secretaria, no caso, não fere a Lei de Responsabilidade Fiscal.

LUCIANA MENOLI

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